Asibama Nacional – Associação Nacional dos Servidores do IBAMA, divulga seu manifesto denunciando pressão sofrida no cotidiano frente à política de aprovação desenfreada de grandes projetos no Brasil.ITEREI AGUAS SALVE http://issuu.com/iterei/docs/itereimemoria1
Leia o Manifesto:
MANIFESTO
Nós, servidores do IBAMA, ICMBio e MMA, queremos DENUNCIAR a pressão que estamos sofrendo diariamente em nosso cotidiano frente à política de aprovação desenfreada de grandes projetos em nosso país.
Estamos vivendo um momento crucial na área ambiental. Visando o avançodesses grandes projetos e do agronegócio, diversas leis ambientais estãosendo modificadas e aprovadas sem ampla discussão e sem embasamentocientífico, com interesses puramente econômicos, sem considerar de fato aquestão socioambiental.
O avanço do capital em detrimento dos aspectos socioambientais está ocorrendo numa velocidade sem precedentes, e assistimos a isso percebendo, infelizmente, a passividade de quem dirige nossos órgãos.
Dentro desse contexto, nós, que trabalhamos diretamente com a análise técnica desses processos, com fiscalização, e com a gestão de áreas protegidas impactadas por eles, estamos vivendo uma situação de assédio moral e falta de autonomia para atuarmos como se deve, com critérios técnicos e defendendo os interesses da sociedade.
O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, articulado com a Iniciativade Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana – IIRSA, chegou trazendo inúmeros projetos de infra-estrutura por todo o país e,juntamente com eles, a obrigatoriedade da emissão de licenças ambientais que validem tais obras em prazos mínimos. Sem a real estrutura e tempo suficiente para análises adequadas, o servidor se vê sem os instrumentos necessários para a tomada de decisões sérias, que envolvem manutenção e preservação da vida de fauna, flora, populações tradicionais…vidas.
Além de todos esses problemas estruturais e técnicos, soma-se a pressão de: alterar pareceres, diminuir e retirar condicionantes de licenças, evitar vistorias e autuações, e diversas violações ao bom e devido cumprimento do exercício legal de nossas atribuições. Por fim, é recorrente que os gestores desconsiderem recomendações dos técnicos e adotem posturas e decisões contrárias. Situação gravíssima que se tornou cotidiana, embora até este momento, velada.
Questionamos a atuação da cooperação internacional no Ministério do Meio Ambiente e a forma como os organismos internacionais interferem na gestão do órgão. Também apontamos a direção privatista que MMA vem assumindo, esvaziando agendas de participação e controle social e estreitando laços com o setor privado, o que contraria o interesse público que o órgão deve defender.
Discutimos exaustivamente esta realidade no V congresso da ASIBAMA, que,ocorreu em maio deste ano, no Rio de Janeiro, cidade que abrigará a Rio +20 e a Cúpula dos Povos, evento em contraposição. Todas as unidades da federação brasileira estiveram presentes no congresso e o que se ouviu dos servidores de todos os órgãos citados foi muito semelhante, demonstrandoque não são casos isolados.
Portanto, decidimos não mais calar diante de tais absurdos, e revelar a todo o país, neste momento em que ele está no foco da questão ambiental, qual é a realidade que vivemos: desvalorização completa, falta de recursos, e constante pressão para validar um projeto político eeconômico, que mascarado de desenvolvimento e economia verde, distribui,de forma injusta, mais degradação e desastres ambientais.
Pedimos o apoio de todos aqueles que temem pelo retrocesso ambiental pelo qual estamos passando, para que juntos possamos realmente contribuir com o Brasil, esse país que é formado por pessoas, matas, animais, rios, einúmeras riquezas naturais que merecem ser defendidas
.Rio de Janeiro, 31 de maio de 2012
Foto de Lea Correa Pinto em celebração ao dia Mundial da Agua | Mostrandoa todos as AGUAS PURAS DE ITEREI A SEREM CONDENADAS PARA SEMPRE
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“…Essa grande mulher pela Paz combateu e ainda combate forças inescrupulosas como a ganância sobre os recursos naturais, a mediocridade dos órgãos de fiscalização ambiental, a ineficiência do Ministério Público e a falta de articulação e mobilização de outros proprietários de terras que, como Léa, também preservam e conservam áreas ricas em recursos naturais que abastecem cidades inteiras com água, seqüestram carbono, equilibram o clima, alimentam animais , aves e peixes, promovendo a vida e o meio ambiente para o bem comum. Sem recursos governamentais, sem patrocínio e financiamentos internacionais de ONGs e de empresas, esses produtores de serviços ambientais vivem encurralados entre preservar o patrimônio natural com seus próprios recursos financeiros e entregar suas terras nas mãos das corporações com aval e conivência dos governos em nome de um pretenso “desenvolvimento econômico” que menospreza a trajetória destas famílias, as raízes de seu povo e seu modo de vida. Agora enfrentam também a falácia da “economia verde” que se apropria da necessidade de pagar pelos “serviços ambientais” para tomar suas propriedades com desapropriações…” por AMYRA EL KHALILI
ITEREI – a montanha irá a RIO+20
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